Monday, January 22, 2007

Informativo da Fiel 13




Ano I- n. 13 - 19 a 26 de Janeiro de 2007
Diagramação: Luciano Ferraz

Gaviões no Conselho
Mari Cordovani colaborou Leonor Macedo

Luiz Antônio Achoa Mezher, mais conhecido como Magrão, já foi presidente dos Gaviões da Fiel em dois mandatos. De 1983 a 1985 e de 1989 a 1991. Magrão é sócio do Corinthians e integrante da Velha Guarda dos Gaviões.


Procuramos o ex-presidente dos Gaviões para uma conversa sobre as eleições no Corinthians. Magrão integra a Chapa 3, de Andrés, e foi escolhido pelos sócios do clube para fazer parte do Conselho.

Para ele, a participação dos Gaviões não tem sido efetiva nos últimos 5 anos de eleições no Corinthians.

Por conta disso, ele e outros integrantes da torcida decidiram pertencer a chapa de oposição para ter participação na vida política do Timão. A escolha pela chapa foi por conta de seus princípios e por ser de oposição ao Dualib. "Oposição não é igual a situação. Escolhi a Chapa 3 não só para colocarmos corinthianos no Conselho, mas porque ela busca a renovação e a transparência, o fim do continuísmo corinthiano."


Andrés já foi um dos homens de Dualib, mas agora têm se fortalecido diante da oposição para a corrida presidencial no Corinthians. Magrão acredita que a grande diferença entre a chapa de Dualib e a de Andrés seja mesmo o fim do continuísmo. "A maioria dos nomes que compõe a chapa são novos. Há alguns nomes antigos, mas são exceções."

"É necessário unir as forças de oposição para colocar nomes lá dentro", afirma o ex-presidente dos Gaviões, que acredita que a torcida organizada deve ter um grupo forte dentro do clube. "Assim saberemos o que acontece lá."

Como representante dos Gaviões e agora conselheiro do Corinthians, Magrão pretende junto com outros companheiros de chapa montar um bloco de votação definido dentro do Conselho para poder atingir os objetivos desejados. "E ver também quem presta e quem não presta.”

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Os Gaviões nasceram pra poder reivindicar
por Leonor Macedo


Quando os Gaviões da Fiel surgiram em 1969 pelas arquibancadas de todo o Brasil tinham a missão de combater Wadih Helu, presidente corinthiano que usava o clube para beneficiar-se politicamente e financeiramente desde 1961.


Como estratégia, os Gaviões decidiram lutar contra Wadih através daquilo que tinham: vozes, instrumentos, faixas, camisetas e vontade. Mas logo entenderam que o inimigo era poderoso e que bater bumbo na arquibancada não seria suficiente. Deveria haver um outro meio de influenciar a política interna do Corinthians.

E os Gaviões descobriram o Conselho Deliberativo do clube como um instrumento poderoso para
conseguir derrubar o presidente corinthiano. Assim, se aproximaram dos conselheiros que eram contrários às idéias de Wadih e lançaram a Revolução corinthiana como oposição. Nas eleições de 1972, a oposição venceu o ditador e alguns Gaviões já tinham cadeiras no Conselho.


Apesar da queda de Wadih, de lá para cá o futebol não mudou muito, nem a maneira dos dirigentes administrarem o Corinthians. O ditador corinthiano fez seus filhotes e sua política estava tão enraizada que nunca deixou de existir, exceto na época da Democracia Corinthiana. Todos os dirigentes, desde então, repetiram os mesmos erros de Wadih e Dualib é um deles.

Se os Gaviões querem influenciar a política interna do clube hoje e cumprir o seu papel, devem usar como exemplo o próprio passado. Aproximar-se do Conselho, estudar a história política do clube e, quem puder, associar-se ao Corinthians para ter direito a voto em um futuro próximo.

Conhecemos a realidade de nossa torcida e entendemos que fazer parte do quadro associativo do clube sai caro e nem todos podem. Despopularizar o Parque São Jorge foi uma das estratégias de continuísmo usada pelos dirigentes ditadores, por isso, um dos nossos principais objetivos é fazer com que todo corinthiano, sócio do clube ou não, possa escolher seu representante um dia.

O que devemos sempre lembrar, em idas e vindas de velhos e novos dirigentes, é de nunca vendermos nossos ideais. Os princípios dos Gaviões jamais estarão à venda para quem quer que seja. É isso que nos torna quem somos: ontem, hoje e amanhã.

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Gestão Dualib completará 14 anos
Elaine Leme colaborou Leonor Macedo

Dualib é o presidente com o mais longo mandato na história do Corinthians. São quase 14 anos no poder. No último domingo, 14 de janeiro, viu sua chapa Modernidade e trabalho perder o direito de indicar 100 novos conselheiros pelos próximos quatro anos.

A escolha do presidente no Corinthians ainda não é feita pelo voto direto do associado, como manda o novo Código Civil Brasileiro, mas através do voto dos conselheiros. Por isso a perda das eleições no Conselho para outra chapa pode significar o fim da Era Dualib no Corinthians. Na próxima eleição, em 2009, boa parte do Conselho será de oposição.

O presidente do Corinthians está a frente do clube desde 1993 e se sustenta no discurso de que foi o dirigente que mais conseguiu títulos para o Timão. Às custas do nepotismo, paternalismo, clientelismo e outros sistemas arcaicos de administração que só favorecem financeiramente o administrador. Por isso, Dualib não larga o osso.

Enquanto o presidente enriquece, a história do nosso Corinthians é manchada pela incompetência da família Dualib.

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Oposição vence eleição no Corinthians
Érika Papangelacos

A oposição corintiana, representada pela chapa Renovação e Transparência, venceu a eleição realizada no último domingo, 14 de janeiro. O grupo é comandado, entre outras pessoas, por Andrés Sanchez, ex-vice-presidente de futebol e conselheiro do clube. Foram 1096 votos para a chapa 3 contra 989 da chapa 1, apoiada pelo atual presidente, Alberto Dualib. A chapa 2, de Caetano Matanó Jr., teve 120 votos.

A chapa de Andrés tentou impedir a eleição para o dia 14. Na sexta-feira anterior conseguiu uma
liminar na Justiça que determinava a remarcação do pleito para a escolha de 200 membros do Conselho Deliberativo, em vez dos 100 previstos.

Dualib conseguiu cassar a liminar no sábado à noite. Ficou determinado na Justiça que o voto
fosse na chapa, e não nos candidatos. Assim, os vencedores teriam o direito de escolher 100 novos conselheiros.
Dualib continua na presidência até o fim de 2008. O Conselho Deliberativo do Corinthians é composto por 400 membros: 200 vitalícios, 100 nomeados
pelo presidente e 100 eleitos.

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O primeiro tombo do rei
Leco Polegar

O rei começa a perder o trono. A ditadura no Corinthians dá sinais de fraqueza. O ditador Alberto Dualib acaba de sofrer, talvez, sua maior derrota desde que tomou conta do Parque São Jorge em 1993: a oposição venceu a disputa com o imperador e elegeu 100 conselheiros para os próximos quatro anos.

Agora, dos 400 conselheiros do clube, sendo 200 vitalícios e 100 indicados pelo ditador, pelo menos 100 não são da corja de Alberto Dualib e votarão nas eleições presidenciais do Corinthians em 2008. Sem falar que muitos vitalícios devem deixar o colo do atual presidente.

Um passo que parece pequeno, mas é importante na história do Corinthians. Como me escreveu um amigo corinthiano pelo texto do celular: "é o começo do fim". Ainda não é a derrocada final do ditador, mas uma porta se abre. Segundo me informam de dentro do clube, Dualib saiu pelas portas do fundo ao saber da derrota. Fraco, omisso e covarde.

Precisamos comemorar, mas, no entanto, conter a euforia. O vencedor, Andres Sanches, todos sabemos, é filhote de Dualib. O traiu, e agora busca derrubá-lo no Parque. Assim como Dualib traiu Vicente Matheus no passado. E assim como Matheus fez com Wadih Helu nos 60 e 70. A história do Corinthians é repleta de traições por pessoas interessadas em benefício próprio que não seja o Corinthians.

Assim como devemos fiscalizar Dualib, precisamos acompanhar os passos de Andres, o mesmo que chegou como diretor, a contratar Regis Pitbull, Samir e Adrianinho.

Como diretor, um fracasso. Mas, como oposição, mostrou-se habilidoso a ponto de impor uma derrota a Dualib no Parque São Jorge.É hora de aproveitar o fraqueza política de Dualib e exigir que esses 100 novos conselheiros fiscalizem as contas do clube, lutem por um Corinthians democrático, transparente e, acima de tudo, vencedor. É hora de cobrar prestação de contas dessa atual diretoria, e, quem sabe, exigir o afastamento imediato do ditador. Não visto a camisa dessa oposição, mas comemoro por saber que ainda há uma esperança de, um dia, ver esses coronéis bem longe do clube.

Obrigado, São Jorge.

O Informativo da Fiel é uma iniciativa doDepartamento Social, Cultural e de Comunicação